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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Hidroponia na escola

Boa noite queridos leitores!

Hoje venho dividir com vocês uma experiência muito bacana que estamos vivenciando na nossa escola.
Eu, que sempre estou envolvida nas causas sustentáveis, me lancei em mais um desafio, totalmente novo pra mim: a Hidroponia.
Hidroponia (do grego: água + trabalho) é o nome dado a um sistema de cultivo de plantas caracterizado por não precisar de terra (solo). As raízes das plantas ficam dentro da água. Soluções fertilizantes são adicionadas à água para alimentar as plantas.
Tudo começou quando propus para minha diretora a ideia de fazer uma horta suspensa com meus alunos, pois estávamos trabalhando as plantas. Queria proporcionar para eles de forma concreta, as fases do desenvolvimento de uma planta, e claro culminar com a colheita e degustação de verduras e temperos fresquinhos.
Foi então, que ela me fez a proposta de acordo com um projeto que já existe em outras escolas da rede municipal, que é a hidroponia. No início, deu uma certa dúvida se eu seria capaz de dar conta. Mas abracei a causa. Vamos aprender junto com as crianças! Por que não!?
 Fizemos algumas visitas nas escolas que já tinham o projeto em funcionamento e ficamos encantadas com o resultado obtido com esse processo de plantio na água.
Chegando na escola foi o momento de apresentar para as crianças esse novo método.
 Iniciei com uma roda de conversa e a apresentação da palavra Hidroponia. O que é isso? Levei uma muda plantada na terra e uma na água para demonstrar. Questionei sobre o que tinha de diferente entre as duas plantas,  eles foram rápidos: "uma está na água e outra na terra!" Ok, objetivo alcançado! Então, apresentei á eles o projeto da horta hidropônica na escola. Trabalhei a  conscientização e a responsabilidade em cuidar das mudas.E, por fim assistimos um vídeo sobre hidroponia. Com estas informações colocamos a mão na massa. Plantamos as sementinhas em uma espécie de berçário, onde as sementes ficam até chegar ao tamanho ideal para serem transferidas para  a horta hidropônica.  Tudo isso foi um longo processo e também motivo de pesquisa, pois tivemos que estudar sobre as plantas da estação e o lugar ideal para  as sementes se desenvolverem adequadamente.
Enfim, as sementes germinaram e cresceram, deu tudo certo. Cada dia uma turma ia cuidar, observar e regar as sementinhas,que eles chamavam de nossos bebês! E eis que elas chegaram na fase de transferência. A alegria das crianças estava estampada nos seus rostos. Ajudaram a colocar as mudinhas nos canos com cuidado. A nossa horta ficou em um lugar estratégico na escola, um lugar que pega bastante sol pela manhã, pois como aprendemos nos nossos estudos, isso é bem importante para o sucesso da colheita.  Esse lugar é no parque da escola, lugar utilizado por todas as crianças e comunidade escolar. Com isso, todos os membros da escola estão participando do projeto, pois a ideia era envolver todo mundo mesmo.
Este projeto está sendo muito legal, os funcionários chegam às vezes preocupados com os bichinhos que estão comendo as folhas ou galhos das plantas. Aí a gente vai atrás de algum produto natural que seja capaz de espantar esses bichos indesejáveis, pois queremos alimentos saudáveis e orgânicos. Descobrimos que para espantar as pragas basta fazer uma mistura de álcool, água e cravo e borrifar  nas plantas.
Cada dia é uma nova experiência. Teve um episódio em que faltou água na horta durante o final de semana. Pensem no desespero, tanto dos alunos quanto dos funcionários ao se depararem com as plantas todas murchas e quase mortas na segunda-feira. Foi uma missão coletiva para ressuscitá-las, muitos funcionários se envolveram para salvá-las. Aproveitei e conversei com as crianças que elas precisavam ir lá na horta dar carinho para as plantinhas para ver se assim elas voltavam a ficar de pé e verdinhas novamente. Observei que durante a brincadeira no parque alguns faziam o que foi proposto. Com muito empenho a maioria das plantas voltou ao seu vigor.
Toda essa experiência que tenho vivenciado com a horta hidropônica me faz refletir sobre os processos. Processos que vivemos e experimentamos, pois assim como a horta teve seu momento de abalo nós também temos. Não é fácil passar por dificuldades, pois às vezes nós murchamos, perdemos as forças e queremos desistir perante os obstáculos, isso é natural e normal. O fato é como encaramos tudo isso. Eu poderia ter simplesmente me conformado com a situação da horta na segunda-feira e aceitar que elas já estavam mortas e que ali era o fim, que isso não daria certo. Mas, com a empatia e ajuda de outros encontrei motivação para reverter o quadro de calamidade. E não vou dizer que não ouvi algum comentários negativo, mas estava mais empenhada em salvar aquelas plantinhas que nem dei ouvidos. Temos que aprender a filtrar certos comentários muitas vezes para que não percamos o foco.
 Nossa horta está lá, crescendo, se desenvolvendo e trazendo experiências e aprendizado para as crianças, funcionários e professores. Ainda temos muito o que aprender e talvez muito problemas a resolver, e isso é bom, pois com isso crescemos em todos os aspectos.
E sabem o que me deu força para escrever este texto? Um morango! Sim, um morango vermelhinho que estava escondidinho atrás do cano. Pode parecer bobo e infantil,mas meu coração se alegrou ao ver, acho que deve ser mais ou menos como a reação das crianças. Foi a sensação do arco-íris depois da tempestade. Até chamei alguns que estavam por perto, venham ver: o primeiro morango!
E assim, encerro meu texto com uma frase de Augusto Branco:
"Viver é enfrentar desafios. Quem nunca enfrentou desafios, apenas passou pela vida, não viveu!"

Até a próxima!
Professora Fabi Coronel
Apresentando as sementes e orientando sobre o plantio.

Observando o tamanho e formato das sementes.

Colocando a semente na terra.

Sementes plantadas e identificadas pelas plaquinhas confeccionadas pelas crianças.



O dia em que as pragas apareceram.
O desafio de reerguer a horta.

A esperança.
Nem tudo está perdido! Ah, esse morango!